Por P. Claire Dodson.
Lola Tung e Christopher Briney podem finalmente soltar um grande suspiro de alívio — o grande segredo foi revelado: um filme de The Summer I Turned Pretty está a caminho.
Mas isso também abre um novo mundo de coisas que eles poderiam acabar entregando, embora Briney insista que ele “não sabe de nada” e não pode dar spoilers. Justo! O filme de TSITP provavelmente não chega antes de 2027. Enquanto esperamos, no entanto, ainda há todo o episódio final para analisar, com todas as reviravoltas que nos levam ao endgame Bonrad.
A seguir, a Teen Vogue conversa com as estrelas da 3ª temporada de The Summer I Turned Pretty, Lola Tung e Christopher Briney, em Paris, sobre esse final, suas expectativas para o filme e para onde Conrad e Belly vão a partir daqui.
TEEN VOGUE: Eu ia perguntar como é não precisar mais se preocupar em soltar spoilers, mas agora vocês têm outra coisa para esconder, olha só.
CHRISTOPHER BRINEY: Eu não tenho nada para contar. Não sei p*rra nenhuma.
LOLA TUNG: Eu diria que, depois que o anúncio do filme saiu, acho que meu corpo simplesmente fez assim [solta um grande suspiro], um alívio enorme. E quando cheguei em casa fiquei tipo: “Nossa, estou tão cansada.” [Foi] uma descarga gigante. Então eu só fui dormir.
TEEN VOGUE: Quando vocês souberam pela primeira vez que haveria um filme?
CHRISTOPHER BRINEY: Já havia boatos há um tempo, mas saber que realmente ia acontecer [e ser produzido] foi bem recentemente. A Jenny guarda as coisas muito para si.
TEEN VOGUE: Parece mesmo. Bom, tem tanta coisa dessa temporada para destrinchar, mas eu queria perguntar sobre as cenas da festa de aniversário e como foi segurar aquela tensão entre Belly e Conrad por tanto tempo. Como manter isso? Vocês atuam muito só com os olhos. Como foi a conversa de vocês sobre como abordar essas cenas?
CHRISTOPHER BRINEY: A gente não conversa muito sobre isso. Cada um faz o seu trabalho e depois vamos para a cena. Quero dizer, em termos de personagem, tem muito de escrever em diário e entender não só onde eles estão, mas também onde estamos na história e o que ainda está por vir. Então antes de cada um seguir o seu caminho, é meio que analisar a situação. Mas com certeza existem esses sentimentos de “é meio bom estar junto de novo”.
LOLA TUNG: Sim, acho que também, com tudo em Paris, queríamos mostrar de verdade que os dois tinham amadurecido. Especialmente para a Belly, era importante mostrar que ela tem essa vida muito legal ali, e acho que ela o está convidando a fazer parte dela. Você quer que pareça que ela está muito confortável, enquanto ele está um pouco—
CHRISTOPHER BRINEY: Desconfortável e absorvendo tudo.
LOLA TUNG: Exato.
CHRISTOPHER BRINEY: Para mim, como ator, é simples: só escutar, sem entender o que [os novos amigos da Belly] dizem. Eles têm piadas internas, conhecem pessoas que eu costumava conhecer tão bem.
TEEN VOGUE: Especialmente na cena em que eles reencenam um diálogo da 1ª temporada, como mostrar o crescimento dos personagens ao repetir falas antigas de forma diferente?
CHRISTOPHER BRINEY: É engraçado porque eu penso: “Será que isso funciona fora de uma série?” Você lembraria de ter dito aquilo?
LOLA TUNG: Acho que depende da pessoa. Tem que ser a pessoa certa, no momento certo…
CHRISTOPHER BRINEY: Para eles, claro que funciona. Sabe o que quero dizer?
LOLA TUNG: Tudo se encaixa. É tipo: “Como você ainda lembra disso?”
CHRISTOPHER BRINEY: Pois é, pois é.
LOLA TUNG: É verdade.
CHRISTOPHER BRINEY: Acho que é por isso que é tão doce. Porque eles…
LOLA TUNG:… lembram de tudo o que o outro diz. Conseguem citar conversas entre os dois. É muito essa troca de papéis: a Belly sendo quem guarda um pouco mais. Ela está animada por ele estar em Paris, mas até hesitante de convidá-lo para o jantar de aniversário, hesitante de mostrar sua vida ali. Já ele está super empolgado, curioso, querendo qualquer pedacinho de informação que puder ter.
CHRISTOPHER BRINEY: Exato. Ele aceita o que vier.
LOLA TUNG: Sim. Então acho engraçado ver esses momentos em que parece que eles trocaram de lugar um pouco.
TEEN VOGUE: Sim, o que vocês disseram sobre lembrar cada palavra me fez pensar quando a Belly lembra magicamente da Susannah dizendo algo como: “Você sempre foi uma garota que conhece o próprio coração.” Eu fiquei tipo: “Queria que a vida fosse assim.” Que você pudesse simplesmente trazer à mente as palavras exatas que alguém te disse.
LOLA TUNG: Eu diria que, às vezes, acontecem momentos específicos em que, por alguma razão, eu penso: não tenho ideia do porquê, mas nunca vou esquecer essa coisinha que alguém me disse — que provavelmente nem lembra que falou. Mas eu lembro e aquilo fica comigo. Quero dizer, eles lembram de tudo. Têm uma ótima memória, mas sim, existem certas coisas que, por algum motivo, você pensa: “Não sei por quê, mas lembro exatamente da forma como a pessoa me disse aquilo.”
TEEN VOGUE: Especialmente na cena em que eles estão reencenando a troca da 1ª temporada, como vocês mostram o crescimento dos personagens pelo qual passaram enquanto repetem essas falas antigas de uma forma diferente?
CHRISTOPHER BRINEY: É engraçado porque eu penso, “Será que isso funciona fora de uma série de TV?” Você se lembraria de ter dito isso?
LOLA TUNG: Quer dizer, depende da pessoa. Talvez dependa da pessoa. Tem que ser exatamente a pessoa certa…
CHRISTOPHER BRINEY: Para eles, claro que funciona. Sabe o que quero dizer?
LOLA TUNG: Tudo se encaixa. É tipo, “Como você consegue se lembrar disso?”
CHRISTOPHER BRINEY: Certo, certo.
LOLA TUNG: Sim, é verdade.
CHRISTOPHER BRINEY: Acho que é por isso que é tão doce. Porque eles realmente…
LOLA TUNG:… lembram de tudo o que o outro disse. Eles conseguem citar conversas entre os dois. É muito esse tipo de inversão de papéis: Belly é meio que a pessoa que está segurando um pouco mais. Ela está obviamente animada por ele estar em Paris, mas até hesitante em convidá-lo para o jantar de aniversário no começo e em mostrar a vida dela aqui. E acho que ele está tão entusiasmado com isso, tão animado, querendo qualquer pedacinho de informação que consiga.
CHRISTOPHER BRINEY: Certo. Ele vai aceitar o que quer que conseguir.
LOLA TUNG: É. Então acho que é engraçado ver esses pequenos momentos em que parece que eles meio que trocaram de lugar.
TEEN VOGUE: Sim, sobre o que você disse de lembrar cada palavra, pensei naquele momento em que Belly magicamente recorda Susannah dizendo algo como, “Você sempre foi uma garota que conhece o próprio coração.” Eu fiquei tipo, “Queria que a vida fosse assim.” Que você pudesse simplesmente lembrar na hora a formulação exata do que alguém te disse.
LOLA TUNG: Vou dizer, existem momentos específicos em que, por algum motivo, eu penso: não faço ideia do porquê, mas nunca vou esquecer essa coisinha que alguém me disse — que provavelmente nem lembra de ter me dito. Mas eu lembro, e isso fica comigo. Quero dizer, eles lembram de tudo. Eles têm memórias ótimas. Mas sim, existem certas coisas que, por alguma razão, você pensa: “Não sei por quê, mas lembro exatamente do jeito que a pessoa disse isso pra mim.”
TEEN VOGUE: Na cena em que eles estão falando honestamente pela primeira vez sobre o que realmente está prendendo Belly aqui, quando ela menciona que tem medo de que a morte de Susannah tenha mudado todo o rumo do relacionamento deles — por que parecia importante ter esse momento em que Belly diz: “É isso que está me incomodando”?
LOLA TUNG: Acho que, como você disse, é meio que a primeira vez em que os dois estão sendo honestos ao mesmo tempo.
CHRISTOPHER BRINEY: Certo. Qual cena é essa?
LOLA TUNG: Aquela logo antes da estação de trem.
CHRISTOPHER BRINEY: Ah, ok. Entendi.
LOLA TUNG: Sim, a que estávamos falando antes. Estávamos dizendo que existem todos esses momentos na 1ª e na 2ª temporada em que Belly é honesta com Conrad sobre seus sentimentos, mas ele não é tão honesto porque está passando por suas próprias coisas. E aí nesta temporada, Conrad abre o coração na praia e Belly não pode ser honesta porque está prestes a se casar com o irmão dele. Então é como se fosse a primeira vez que essas duas pessoas tiveram tempo para pensar sobre o relacionamento, sobre tudo o que aconteceu, e podem realmente sentar para ter uma conversa madura.
CHRISTOPHER BRINEY: O que eu acho interessante nisso é que ambos tiveram esses pensamentos, rotularam a situação, deram significados e conclusões. Aí você fala em voz alta e a outra pessoa responde: “O quê? Isso é tão absurdo. Nunca pensei nisso.” Acho que é uma coisa boa, como ser humano, perceber: “Eu fiquei pensando em tudo isso”, e a outra pessoa responde: “Eu nunca pensei nisso nenhuma vez.” É refrescante fazer essas descobertas.
TEEN VOGUE: Conrad foi celebrado como um verdadeiro romântico à moda antiga nesta temporada.
CHRISTOPHER BRINEY: Legal.
TEEN VOGUE: Por que você acha que os fãs amam ver um homem, especificamente, desejar e ansiar tanto por alguém?
CHRISTOPHER BRINEY: Não sei, talvez porque geralmente é o contrário…
LOLA TUNG: Há uma escassez de personagens que anseiam.
CHRISTOPHER BRINEY:… na maioria das histórias, sim. Mas eu consigo pensar em vários exemplos de garotos que desejam, sim.
LOLA TUNG: Em filmes e séries?
CHRISTOPHER BRINEY: Sim, em filmes e séries.
LOLA TUNG: Não na vida real.
CHRISTOPHER BRINEY: Não. Mas não sei. Acho que parte disso é o crescimento dele e a disposição em ser honesto com os próprios sentimentos. É empolgante ver alguém que se conhece melhor.
LOLA TUNG: Alguém que faz terapia.
CHRISTOPHER BRINEY: Alguém que faz terapia.
TEEN VOGUE: Eles também têm uma conversa sobre Belly achando que é a vilã. Eu achei interessante, quase como um comentário “meta” sobre como as pessoas veem a temporada e os personagens como um todo. Acho que Belly recebe muitas críticas de fãs online, que às vezes a julgam de forma mais dura enquanto aplaudem Conrad por fazer as mesmas coisas. O que vocês pensam disso? O show faz um bom trabalho em mostrar que ela não é a vilã?
LOLA TUNG: Não acho que ninguém seja a vilã. Não acho que esse seja o ponto da história.
CHRISTOPHER BRINEY: As pessoas têm muita pressa em rotular.
LOLA TUNG: “Vilã” é uma palavra muito forte.CHRISTOPHER BRINEY: É, você tem razão.
LOLA TUNG: Acho lindo ver o quanto Conrad cresce. E não para diminuir isso, mas acho que pode ser um pouco prejudicial rotular coisas como boas ou ruins. Porque existe um todo. Você tem que ver de onde cada personagem está vindo e por que não conseguem compartilhar todos os sentimentos. Quer dizer, Conrad passou temporadas sendo rotulado como…
CHRISTOPHER BRINEY:... “emocionalmente indisponível”.
LOLA TUNG: Acho que as pessoas começaram a simpatizar com ele nesses momentos porque ele estava passando por muita coisa. Mas Belly também estava, e todos eles estavam passando por muito juntos. E quando você tem esse histórico e um triângulo amoroso entre dois irmãos, tudo fica mais complexo. Acho que todos podemos apenas…
CHRISTOPHER BRINEY:… nos dar bem e aproveitar.
LOLA TUNG: Nos dar bem.
CHRISTOPHER BRINEY: Tentar definir personagens é ir contra todo o objetivo. Todos estão crescendo e aprendendo.
LOLA TUNG: Todos são pessoas bagunçadas, como qualquer pessoa é, como a vida é.
CHRISTOPHER BRINEY: E é assim que se faz drama: criando conflito.
LOLA TUNG: Drama criando drama.
CHRISTOPHER BRINEY: Drama criando drama. Agora até esqueci o que ia dizer.
LOLA TUNG: Desculpa.
CHRISTOPHER BRINEY: Mas se você está frustrado com a decisão de um personagem, e se isso for intencional?
LOLA TUNG: Espera.
CHRISTOPHER BRINEY: Não sei. Ideia maluca.
LOLA TUNG: Acho também que, online, as pessoas sentem tudo tão intensamente — e isso me deixa feliz— mas às vezes você só começa a digitar: “Odeio isso.” Enviar. Postar. Mas “odiar” é…
CHRISTOPHER BRINEY: Manda pra você primeiro.
LOLA TUNG: Manda pros amigos. “Odiar” é uma palavra tão forte nesse contexto, eu acho. E espero que, no fim, a jornada tenha sido uma experiência prazerosa, porque acho que essa é a intenção. Uma chance de sentir todas as emoções, mas também perceber que Belly é uma boa pessoa.
TEEN VOGUE: Eu vi muitas piadas de que o verdadeiro amor de Belly é a casa de praia. Mas em um nível mais simbólico, vocês acham que isso é verdade, no sentido de que a casa engloba a infância dela, a família e o modo como foi amada? A casa é o amor verdadeiro dela?
LOLA TUNG: Acho que, pelo que simboliza, sim. Ela cresceu lá, todas as pessoas que amava estavam lá. Talvez ainda tenha coisas a resolver nesse apego, esse sentimento de dívida com Susannah. Todos querem deixa-la orgulhosa e feliz. Houve tantas promessas feitas. E agora, em Paris, também é sobre deixar de lado essa responsabilidade e pensar: “Estamos juntos aqui, está tudo bem termos cometido erros, e tudo pode continuar bem.” A casa representa a infância dela e o amor por essas pessoas.
CHRISTOPHER BRINEY: Se você pensar bem, esses momentos livres da infância sempre serão os mais felizes, porque você ainda não foi afetado pelo mundo, pela sociedade, por ansiedades. Então todos nós não estamos, de certa forma, ansiando por nossa infância? Tentando voltar a ela? Falando em “ansiar”…
LOLA TUNG: E também acho importante que Belly esteja em Paris, porque agora ela tem outro lugar que também faz parte do coração dela. Aquele apartamento é lindo.TEEN VOGUE: O que vocês gostariam de explorar em um filme, na dinâmica de Belly e Conrad, que ainda não vimos? Ou até em relação a outros personagens?
LOLA TUNG: Acho que com Belly e Conrad, talvez, mostrar como é um relacionamento feliz e saudável.
CHRISTOPHER BRINEY: Com certeza.
LOLA TUNG: E com outros personagens, eu adoro a relação entre Steven e Belly. E sua cena com Jackie é tão boa. Então, mais Laurel e Conrad.
CHRISTOPHER BRINEY: Isso seria ótimo.
LOLA TUNG: E também a relação entre Belly e Jeremiah, como mudou ou como seria agora.
CHRISTOPHER BRINEY: Tem muita coisa em relação ao Jeremiah. Acho que existem muitas formas diferentes de isso se desenrolar. Pode haver ressentimento. Mas ele também cresceu muito, e imagino que terá crescido ainda mais quando chegarmos ao filme, então talvez esteja tudo bem. Não sei. É difícil dizer. Só quero uma cena de golfe.
TEEN VOGUE: Porque você e Sean jogam golfe na vida real?
CHRISTOPHER BRINEY: Jogamos o tempo todo.
TEEN VOGUE: Sim, adoro isso.
LOLA TUNG: O tempo todo.
CHRISTOPHER BRINEY: O tempo todo.
TEEN VOGUE: Já cansou de ouvir falar disso?
LOLA TUNG: Eu gosto de minigolfe.
Fonte | Tradução: Equipe Lola Tung Brasil.