Por Carly Thomas.
Depois de quatro anos — e ainda mais tempo para os fãs dos livros — Belly (Lola Tung) e Conrad (Christopher Briney) finalmente encontraram o caminho de volta um para o outro no final da terceira e última temporada de The Summer I Turned Pretty, da Prime Video. Mas a jornada deles foi cheia de altos e baixos, incluindo outro relacionamento inteiro (e quase um casamento) entre Belly e o irmão mais novo de Conrad, Jeremiah (Gavin Casalegno). Como visto ao longo dessa temporada final, Belly precisou, no fim das contas, aprender a seguir seu próprio coração, mesmo quando parecia difícil.
E, quando o casamento foi cancelado, o coração de Belly a levou para Paris, onde ela não apenas reencontrou sua independência — depois de ter se tornado codependente de Jeremiah durante o relacionamento deles — como também chegou à conclusão de quem era o seu verdadeiro amor: Conrad. Mas isso só aconteceu depois que ele a surpreendeu em Paris no episódio final, levando a uma noite quente e a conversas vulneráveis muito necessárias.
“Foi colocado muito cuidado nessa parte final porque sabíamos que era algo realmente importante para todos, então precisávamos garantir que tivesse um tom diferente de todas as outras conversas que eles já tiveram antes e de todas as outras vezes em que estiveram juntos em cena”, diz Tung sobre os momentos finais entre Belly e Conrad. A seguir, Tung e Briney destrincham o épico final da série criada por Jenny Han — como seus personagens finalmente se reencontraram, a pressão de fazer justiça aos fãs e o aprendizado de se perdoar pelos erros do passado — além de refletirem sobre o que gostariam de ver no recém-anunciado filme de The Summer I Turned Pretty.
Lola, como foi explorar um lado diferente da sua personagem nesses últimos episódios, enquanto Belly se redescobria em Paris e conhecia todos esses novos personagens?
LOLA TUNG: Foi muito divertido! Eu adorei. Eu amei Paris. Foi o cenário perfeito para o fim da história. O grupo de amigos da Belly é maravilhoso, e os atores que os interpretam são todos tão adoráveis, talentosos e entregaram tudo. Eu me diverti demais!
Com toda essa expectativa se acumulando para esse momento final, literalmente no último episódio, como vocês lidam com isso como atores? Ficam animados ou nervosos ao se aproximar dessa cena tão aguardada pelos fãs?
CHRISTOPHER BRINEY: Sempre existem cenas que te deixam mais ou menos nervoso, especialmente se exigem muita emoção ou se é algo que não vem com facilidade. Mas, sinceramente, quando estamos trabalhando, eu sinto que não sobra muito tempo para ficar ansioso porque tudo acontece muito rápido. A gente recebia os roteiros enquanto ainda estávamos filmando outros episódios. Teve um que eu mal tinha lido quando já começamos a gravar, e eu fiquei bem estressado com isso. Pensei: “Preciso fazer meu trabalho e não tive tempo.”
LOLA TUNG: Quando estamos filmando as partes iniciais, eu tento me manter no momento e pensar no que está acontecendo com aquela personagem naquela hora. Principalmente porque, por muito tempo, existe toda a trama do casamento com Jeremiah, e para o público acreditar que ela realmente iria seguir adiante com aquilo, a Belly precisa estar completamente nesse estado de espírito. Então você não pode se antecipar. Para o final, que conversas vocês tiveram com a criadora Jenny Han sobre como navegar nesses momentos íntimos e conversas entre seus personagens?
CHRISTOPHER BRINEY: Acho que ela confia que vamos fazer nosso trabalho. Ela sempre está presente para ajustes e notas, e se temos alguma dúvida sobre por que Conrad faria isso ou aquilo, ela sempre está aberta a discutir. Mas já fazemos isso há um tempo. Espero que haja um pouco de confiança aí. Eu faço meu trabalho, você faz o seu, Sean [Kaufman] faz o dele, e chegamos prontos para contar aquela parte da história.
LOLA TUNG: Houve muito cuidado nessa parte final porque sabíamos o quanto era importante para todos, então era preciso garantir que fosse diferente de todas as outras conversas deles e de todas as outras vezes em que contracenaram. Eles não se viam há um ano. São pessoas diferentes, mas ainda os mesmos em essência. No episódio final, Belly se chama de vilã. Lola, sei que você sempre disse que é Team Belly, então foi difícil se “vilanizar” nesse momento, especialmente com os fãs também criticando algumas das decisões dela na temporada?
LOLA TUNG: Naquele momento, ela diz que é a vilã, mas acho que é apenas ela assumindo a responsabilidade por tudo o que aconteceu. Porque ela realmente errou um pouco, e sabe disso, sente culpa. Ela teve tempo para crescer e refletir, mas acho que muitas coisas aconteceram que todos os personagens precisaram digerir. Assumir responsabilidade e reconhecer que você errou é um ato muito maduro. Todos eles têm consciência disso, mas, claro, Conrad depois diz: “Você não é a vilã”, e acho que esse é o ponto — ninguém é vilão. Todos cometeram erros, cada um errou de formas diferentes e está lidando com isso da sua maneira. Espero que quem assista também perceba isso.
CHRISTOPHER BRINEY: Por mais que ela tenha tido esse tempo afastada para crescer, também foi tempo longe desses problemas. E quando você compartimentaliza, não tem ninguém para te dizer que está tudo bem — que errar não te torna um vilão. É fácil ter aquele monólogo interno de “Você estragou tudo, machucou pessoas e isso é errado”, em vez de pensar: “Aconteceu.”
LOLA TUNG: Quando ela chega em Paris, conhece os novos amigos, e eles falam algo como: “Todos nós também já erramos.”
Chris, com tantos fãs torcendo pelo Conrad, como você lidou com a pressão de fazer justiça a eles nesse final, especialmente com a longa espera dos leitores dos livros?
CHRISTOPHER BRINEY: Acho que a melhor forma de fazer justiça aos fãs é respeitando o roteiro, o universo e a história. Se eu fizer minha parte bem, estudando, chegando preparado, aberto a notas, confio que o que Jenny e a equipe de roteiristas construíram no papel vai deixar as pessoas felizes e satisfeitas assistindo. Estou apenas tentando fazer meu trabalho… bem, eu acho (risos).
Chris, como você lida com o fato de ser o protagonista masculino de uma série de sucesso tão amada, tornando-se esse novo “it boy”?
CHRISTOPHER BRINEY: Eu não sinto muito isso. Eu me afasto da maioria das pessoas (risos) e das redes sociais sempre que posso. Isso é parte do motivo pelo qual as pessoas confundem tanto você com seu personagem. Eu sei [sobre a popularidade] porque ouvi dizer que as pessoas têm sido muito apoiadoras, e sou grato por isso, significa muito. Mas junto com o bom, sempre vem o ruim. E eu não gosto dessa parte, então apenas sigo fazendo minhas coisas.
O grande motivo para Jeremiah ter cancelado o casamento foi perceber que uma parte da Belly ainda amava Conrad. Mas no final, quando Conrad diz a Belly que Jeremiah sabe que ele está em Paris, ela parece preocupada com o que Jeremiah pode pensar. Você acha que ela já estava totalmente curada desse relacionamento no desfecho ou ainda restavam sentimentos não resolvidos?
LOLA TUNG: Quando algo assim acontece, passou um ano, mas também só passou um ano. Às vezes, coisas de relacionamentos passados podem voltar em diferentes momentos, não importa quanto tempo tenha se passado. É assim que a vida funciona. Ela também ainda se importa muito com ele como pessoa e não quer magoá-lo, ainda está processando tudo isso. É uma situação muito complicada (risos), então acho que ela só quer ser sensível a isso e garantir que não vai machucar outra pessoa. Também acho que é um momento em que, se foi tão importante ele ter contado ao Jeremiah que estava em Paris, então eles teriam que ter uma conversa séria em algum momento — e de fato têm. Vai acontecer alguma coisa e eles vão ter que conversar sobre isso. Mas ela ainda se importa com ele, claro.
E, do seu ponto de vista, Chris, você acha que Conrad teme que uma parte da Belly sempre vá amar Jeremiah, como seu irmão receava?
CHRISTOPHER BRINEY: Boa pergunta. Não sei se já pensei muito nisso. Vemos ele lidando com isso em boa parte da temporada, tentando aceitar o fato de que eles eram o que eram, iam se casar, e ele tinha que conviver com isso. Acho que ele confiaria na palavra da Belly — nem chegaria a perguntar. Não acho que ele presumiria que ela sempre amaria Jeremiah, pelo menos não nesse sentido. Como são amigos de infância, sempre vai existir amor.
LOLA TUNG: Parte do relacionamento com Jeremiah era ele dizer o tempo todo que queria tudo dela, todo o amor dela, e não queria que nenhuma parte do coração dela pertencesse a Conrad — o que não pertence a ninguém. Acho que você nunca consegue se doar completamente a uma pessoa, e nem deveria. Você deve guardar uma parte para si mesma, e acho que Conrad entende que Jeremiah foi uma relação muito importante na vida dela e que ela tem muito carinho por ele. Mas sabe que é um amor diferente.
CHRISTOPHER BRINEY: Acho que ele não se preocupa com isso.
LOLA TUNG: Não, acho que não (risos).
Com o filme de The Summer I Turned Pretty agora anunciado, há quanto tempo vocês sabiam disso?
CHRISTOPHER BRINEY: Não faz muito. Sabíamos que era uma ideia, mas ficou em silêncio por um tempo, e agora está acontecendo.
TUNG: E agora está acontecendo!
O que os fãs podem esperar do filme? Talvez mais da história de amor de Conrad e Belly, e quem sabe até o caminho para o casamento?
CHRISTOPHER BRINEY: Não tenho ideia. Não sei. A Jenny disse antes que já tem um rascunho.
LOLA TUNG: Ela tem um rascunho! Então talvez em breve a gente descubra algo.
Se vocês pudessem opinar, têm alguma ideia específica que gostariam de ver para seus personagens no filme?
CHRISTOPHER BRINEY: Tenho, mas não vai entrar (risos).
LOLA TUNG: Um carro legal?
CHRISTOPHER BRINEY: Um carro legal. … E quero que todas as cenas sejam nesse carro. Não quero vê-lo fora
dele.
Olhando para trás, para essa temporada final e para a série como um todo, do que vocês mais se orgulham?
LOLA TUNG: Eu tenho orgulho de tudo. Do percurso, do trabalho que colocamos, do quanto todos foram cuidadosos com cada detalhe e do quanto todos deram o melhor de si. Tenho orgulho de ter alcançado tantas pessoas e de significar tanto para elas. Tanto trabalho foi colocado nisso. Às vezes é realmente difícil. São muitas peças em movimento, muita gente opinando — o que é bom. Mas conseguimos. Tivemos uma equipe e um elenco muito talentosos.
Lola, você sempre foi firme em não escolher entre Team Conrad ou Team Jeremiah, mantendo-se no Team Belly. Mas agora que a série acabou, você pode finalmente dizer por quem torcia?
LOLA TUNG: Eu realmente falo sério quando digo Team Belly, e sei que as pessoas não acreditam em mim. Mas eu falo sério, e vou continuar dizendo isso. Então, Team Belly!
Fonte | Tradução: Equipe Lola Tung Brasil.